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O que são stalkwares?

Aplicativos desse tipo são apenas uma pequena amostra de maneiras pelas quais a tecnologia ajuda pessoas com más intenções a bisbilhotar as vidas de outras.

Sabem aqueles cartazes que costumamos encontrar pela cidade do tipo "Curo mau-olhado e trago a pessoa amada em 24 horas"? No Instagram, um novo aplicativo procura vigiar tudo o que nossos parceiros fazem ou veem nas mídias sociais. Analistas que tiveram contato com o app já o classificaram como um  stalkware, algo como um software-espião.

Um exemplo disso é o aplicativo Like Patrol, que não somente traz de volta a vigilância nas mídias sociais, mas pretende ampliá-la.  O criador da ferramenta, Sergio Luis Quintero afirmou em e-mail para o CNET: "Pensem na falecida guia 'Seguindo', só que bombadona".

Para resumir a baixaria, o site CNET questionou os riscos do app e, em resposta, o Instagram reconheceu que os desenvolvedores do Like Patrol estavam violando suas regras e que foi enviado um comunicado exigindo o fim daquela prática.

Um porta-voz do Face declarou que "vasculhar viola as nossas políticas, e tomamos providências contra as empresas que estiverem vinculadas a esse comportamento. Like Patrol estava vasculhando informações das pessoas, então estamos tomando as medidas legais contra eles". Ou seja: o app foi banido.

Os stalkwares

Aplicativos desse tipo são apenas uma pequena amostra de maneiras pelas quais a tecnologia ajuda pessoas com más intenções a bisbilhotar as vidas de outras. Chamados de stalkware, acabam sendo usados em relacionamentos abusivos, pois são capazes de virtualmente "colocar um GPS" na pessoa observada e enviar não apenas os dados de localização, mas também contatos, registros de chamadas e mensagens para os invasores de privacidade.

O Like Patrol não chega a ser um stalkware, mas fica ali no limite entre o legal e o ilegal, ao incentivar as pessoas a utilizar sua tecnologia como se fosse uma coisa boa, para, na verdade, monitorar as atividades da vítima nas mídias sociais. A diretora-chefe da Malwarebytes apurou que o aplicativo se resume a "Monitorar as atividades de uma pessoa, resumi-las e enviá-las na forma de um relatório".

Quintero questiona que a informação que ele vasculha são dados liberados publicamente. Afinal, detetives particulares costumam espionar feeds de mídias sociais para coletar dados de pessoas, e que mesmo policiais costumam fazer perfis falsos no Facebook para monitorar determinados grupos.

O compromisso do Like Patrol é enviar notificações a qualquer hora da pessoa que você está seguindo, tipo uma postagem ou até comentários. Ele consegue decodificar as informações por gênero, e fornece uma lista de interlocutores com as quais o observado (ou observada) interage no Instagram. Chega a afirmar que tem um algoritmo capaz de registrar todas as vezes que eles (ou elas) derem um like em posts de pessoas atraentes.

O próprio Facebook declarou que também baniu o Like Patrol, e que está revendo outros aplicativos dos mesmos desenvolvedores.

Reprodução de: https://www.tecmundo.com.br/seguranca/147585-stalkwares.htm